Luto

18 de maio de 2020

O luto é uma reação emocional a uma perda significativa, bem como um processo cognitivo que envolve a confrontação e reestruturação sendo, portanto, importante para o processo de adaptação a uma nova realidade. Vivenciar o luto logo após a perda tende a prevenir o luto retardatário onde predomina uma tristeza sem entender o porquê. A perda é algo universal, o luto é um processo individual.

Uma das principais teóricas sobre o luto, Kubler- Ross, define o fenômeno em cinco estágios: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.  Esses estágios podem ocorrer em ordens diferentes ou o sujeito pode vivenciar apenas algumas das etapas.  Para teóricos como Bowlby e Parkes, o luto ocorre em quatro fases: O entorpecimento , saudade e busca da figura perdida, desorganização e desespero e maior ou menor grau de reorganização.

Para Worden, o luto não é um período de etapas que passam na vivência do sujeito, mas sim tarefas na qual o sujeito é ativo e age diante do sofrimento. Diferente do Modelo de estágios de Kluber-Ross e modelo de fases de Parkes e Bowlby, Worden acredita em quatro tarefas que são: aceitar a realidade da perda, trabalhar a dor da perda, ajustar a um ambiente em que o falecido está ausente,  transferir emocionalmente o falecido e prosseguir com a vida. O modelo dual do luto de Stroebe e Schut  remete às oscilações entre a orientação para a restauração e orientação para a perda na qual, por exemplo, o sujeito passa por momentos em que atende às mudanças da vida, distrai do sentimento de dor e, em outros momentos, sente as emoções advindas do luto.

Embora haja teorias que caracterizam o luto de duas semanas a um ano, o tempo varia de acordo com a particularidade da perda, o grau de afinidade da relação, a apoio recebido e demais fatores que impossibilitam prever o tempo de luto de um sujeito, cada pessoa tem o seu próprio tempo em cada processo da vida.  Vivenciar a luto permite a adaptação do sujeito e, consequentemente, a reestruturação. Esse período é bastante doloroso e, portanto, faz-se necessário o acompanhamento de um(a) psicólogo(a) para que o sujeito trabalhe com um profissional as questões subjetivas advindas do luto e seja acolhido. O apoio familiar e de amigos é imprescindível na vivência da pessoa que está passando pelo luto. É fundamental que o sujeito vivencie o seu processo recebendo todo o suporte emocional que necessitar. Após o luto, será possível ter força para seguir em frente.