A atenção é a capacidade de focar em um ou mais objetos que são captados pelos nossos sentidos. A atenção possui uma função psicológica essencial proveniente do córtex pré-frontal, localizada no lobo frontal. Os tipos de atenção são a seletiva, alternada, sustentada e concentrada. A atenção seletiva ocorre quando uma pessoa escolhe manter o foco em um objeto mesmo na presença de distrações externas como barulho. A atenção alternada ocorre quando pessoas conseguem alternar o foco sem perder a concentração ao realizar mais de uma atividade. A atenção sustentada é a capacidade de manter a atenção por um tempo prolongado sem distrações. A atenção concentrada é quando a pessoa direciona a atenção para a atividade que está exercendo no momento. A atenção é fundamental para o armazenamento das informações na memória e, consequentemente, para a aprendizagem.
Alguns problemas relacionados à atenção são, por exemplo, transtorno do déficit de atenção (com ou sem hiperatividade) e dislexia. O TDAH é um transtorno psiquiátrico mais comum na infância e adolescência, onde a desatenção é um dos principais sintomas. A dislexia é caracterizada pela dificuldade para aprender a ler ou escrever, atraso no desenvolvimento da fala e dificuldade para desenvolver a atenção.
A memória é o meio de armazenamento pelo qual uma pessoa recorre às suas experiências passadas a fim de usar essas informações no presente. As áreas ativadas no cérebro são o lobo temporal, hipocampo, amígdala e córtex pré-frontal. Os tipos de memória são memória processual, memória sensorial, memória a curto prazo, memória semântica, memória episódica, memória visual/auditiva .
A memória processual é onde guardamos as aprendizagens e os processos motores. A memória sensorial é a capacidade dos nossos sentidos visuais e auditivos captarem informações. A memória a curto prazo se refere à informação relevante para o momento atual, porém irrelevante a longo prazo. A memória semântica arquiva o nosso conhecimento da realidade. A memória episódica se refere a nossa experiência de vida.
Os problemas de disfunções na memória podem ser exemplificados com a doença de Alzheimer e a amnésia retrógrada ou anterógrada. O Alzheimer é um transtorno cerebral progressivo que leva a um declínio gradual e irreversível das habilidades cognitivas. A amnésia é uma perda total ou parcial da memória. A amnésia anterógrada é referente à perda de memória para eventos posteriores a uma lesão. A amnésia retrógrada refere-se à perda de memória de fatos anteriores a uma lesão.
A falha na memória tende a ocorrer com maior frequência na velhice, embora o esquecimento possa ocorrer em qualquer etapa da vida. O esquecimento pode ocorrer quando a atenção não foi suficiente para armazenar um fato na memória e, portanto, há uma falha na codificação. Outro motivo para o esquecimento é o declínio, isto é, a perda de informações devido ao uso. Há também o mecanismo chamado interferência, onde informações da memória interrompem recordações. O esquecimento dependente de pistas também é uma falha na memória e ocorre quando não foram feitas associações suficientes para recuperar um fato que esteja armazenado na memória.
Manter a mente ativa com exercícios, jogos interativos e educativos, leituras e demais atividades estimulantes é uma forma de cuidar dos processos mentais. A atenção e a memória podem ser exercitadas diariamente com novas experiências e socialização dentro de um estilo de vida equilibrado e saudável.
Referência:
Relvas, M. P. Neurociência e transtornos de aprendizagem: As múltiplas eficiências para uma educação inclusiva. 5ª edição. Rio de Janeiro: Wak editora, 2011.