Síndrome de tourette

18 de maio de 2021

A síndrome foi descrita em 1885 pelo médico George Tourette. As partes do cérebro responsáveis por controlar os impulsos não funcionam corretamente e provocam os tiques que podem ser vocais e motores. Entre as teorias para a causa, a mais provável é que o excesso de dopamina nos gânglios de base e uma falha inibitória no circuito orbitofrontal-subcortical provoquem os excessos de movimentos involuntários. A síndrome de tourette começa na infância e pode evoluir para movimentos mais complexos devido a um fator neurológico, assim como pode estar associada ao transtorno obsessivo compulsivo e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Os sintomas também podem estar associados à ansiedade e ao estresse que agravam o descontrole ao apresentar os tiques, bem como aumentam a sua frequência. Por conseguinte, manter-se calmo tende a reduzir a ocorrência dos tiques.


Os tiques causam sofrimento aos pacientes, pois são movimentos súbitos e involuntários. Nesse sentido, faz-se necessário um olhar empático e não de repreensão. Os pacientes já tentam controlar esses sintomas por motivos sociais, portanto não é recomendado pressionar a pessoa a controlar os tiques. Repreender pode aumentar a frequência de executar os tiques, pois aumenta a ansiedade e o estresse. Os tiques motores podem ser, por exemplo, piscar os olhos, torcer a boca, tocar ou bater em objetos. Os exemplos de tiques vocais são fungar, tossir, provocar ruídos, palavras inadequadas ou palilalia. Na síndrome de tourette, há pelo menos um tique motor e um vocal que podem ocorrer ao mesmo tempo. A frequência tende a ser diária, não desaparecendo por mais de três meses.

Uma das possibilidades do trabalho do psicólogo é a psicoeducação que também é uma das ferramentas para prevenir bullying e amenizar o constrangimento da pessoa diagnosticada com a síndrome. É necessário que o paciente esteja ciente da síndrome, bem como a sociedade seja conscientizada para o convívio social respeitoso. A psicoterapia é fundamental para o desenvolvimento do paciente, redução dos tiques e promoção de uma maior qualidade de vida.

Referência:

Mármora, C.H.C.; Machado, C.C.S.; Delgado, F.E. F.; Lourdes, L.F; Júnior, C.A.M. Atualizações Neurocientíficas na Síndrome de Tourette: uma Revisão Integrativa. Ciências & Cognição, v. 21, n.2, 2016.